1922 (Netflix)

Fonte: https://dicasdefilmespelascheila.blogspot.com/2018/03/filme-1922-2017.html

Sinopse: Wilfred James (Thomas Jane), até então um pacato fazendeiro, bola um plano macabro para solucionar o seu problema financeiro. Ele decide assassinar Arlette (Molly Parker), sua mulher. Mas, para conseguir fazer tudo direito, Wilfred precisa convencer Henry (Dylan Schmid), seu filho, a ajudá-lo. (1)

"murder is sin, murder is damnation, but is also work" - W. James

matar é pecado, matar te arruina e matar dá trabalho

Sinceramente, que filme foi esse?! Excelente essa releitura de 1922 de Stephen King. Já no início nota - se a falta da voz própria da mulher, simplesmente a propriedade de um homem arrogante e prepotente. A família em questão mora nas terras que pertencem a esposa (herdou de seu pai), ela quer ir para Omaha (levar seu filho e abrir uma loja de roupas), vender os 40 hectares para conseguir dinheiro e obviamente essa ideia não agradou ao seu esposo... "homem da casa".

O negócio começa a desandar quando Wilfred começa a ter ódio de sua própria esposa e isso lhe gera a ideia de mata - la e tem a coragem de por seu filho dentro desse plano, de forma com que ele o ajude a concretizar tudo. Nota - se que inicialmente ele tem medo, não das consequências em si e sim de ir para o inferno, mas depois do jantar onde a mãe lhe deu um tapa na cara devido a determinado desrespeito a ideia do pai se torna plausível.

O plano de manipulação de W. James é impecável, diz para Arlette que irá para cidade com eles, pois não quer ficar isolado na fazenda e que basicamente Henry o convenceu. Durante a noite eles fazem uma comemoração, ela bebe demais e fala muita bosta sobre a garota que o filho estava gostando e isso se torna outro gatilho pro garoto querer ajudar o pai, mesmo deixando claro que preferia se tivesse outra opção.

A cena da morte da Arlette mostra como o humano em uma pior versão é capaz de fazer QUALQUER COISA para conseguir o que quer. O trauma vivenciado pelo garoto, que tem 14 anos foi irreparável (um dos sinais foi percebido por Shannon, notando que ele se fechou, estava calado, distante), ainda mais que na cabeça dele a mãe estava "errada" em querer ir para cidade, seguir o seu sonho para que conseguisse conquistar a sua renda.

O advogado não é bobo e logo desconfiou da situação toda, mesmo o garoto tendo sido um "ótimo" ator, não apresentando nenhum sinal de nervosismo ou algum outro que pudesse entregá - los. Com essa situação o Sr. James tem que inventar uma desculpa para camuflar o local que está o corpo da mulher (que eu não vou falar haha) e tudo só vai gerando mentiras e mais mentiras ao redor desse assassinato.

Como eu disse anteriormente e já perceptível isso no contexto da história tratada a mulher não possui voz e uma das coisas que eu fiquei pasma foi quando W. James sente inveja de Neal (pai de Shannon), por ele ter uma esposa "obediente" que "a resposta para todo problema era: o que você achar melhor querido". Com tudo isso pode - se notar como tinha a visão de que a mulher tinha que ser obediente ao seu marido, que sinceramente era mais dono do que esposo.

Em suma, o filme se torna um rodeio de arrependimento e mentiras acerca do ato ocorrido. Consequências e mais consequências irreversíveis vão surgindo, uma pior do que a outra e que ao final de inúmeras alucinações James resolve confessar em um papel o seu crime.

Bom filme!

Fontes:

(1) http://www.adorocinema.com/filmes/filme-251477/